segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Resenha do livro Por favor, me ajude


A obra do escritor Alexandre Calladinni retrata como o rompimento de uma relação em uma má hora acarreta em muitos sofrimentos, expõe feridas tidas como superadas à tona e como isso faz surgir uma depressão profunda.



Foi comissário de voo por aproximadamente quatro anos e precisou abandonar a sua amada profissão por ter contraído um Barotrauma (trauma causado por pressão atmosférica ou diferencial de pressão) essa doença provoca o sangramento do ouvido médio toda vez com a pessoa com ela é exposta a altas atitudes. Por isso, se afastou da profissão e retomou a faculdade de Publicidade e Propaganda e em 2005 se graduou pela UNIB em SP. Trabalhou como produtor de canal no Rio de Janeiro em 2006 e assistente de eventos e festas em 2010.

Este livro possui pequenos textos que o autor utiliza para desnudar-se de seus pudores e mostrar seus reais sentimentos, um deles chama-se esse “Cara”.

Nele fala de alguém que expõe a si mesmo seus desejos, sentimentos, anseios, frustrações, sonhos, queres, enfim ser leal e companheiro desse ser humano.

Muitas vezes nossa personalidade pode estar abalada, doente, magoada. Mas, a essência não é mudada. O autor chega a essa conclusão quando relembra dois momentos decisivos em sua vida que foram: a descoberta do HIV em seu ex-companheiro e em 2010 – quando resolveu superar-se e acreditar mais em si mesmo e em sua trajetória que o marcaram e o fizeram reviver os seus conceitos.

Passa a ter fé e esperança em dias melhores, tardes sem porquês, a acreditar em príncipes encantados que montados em cavalos brancos resgatam os seus amores, coisas bobas e fúteis, mas que o fazem estar vivo e lutar por essas coisas, que fazem parecer que a vida seja mágica e pelo menos o inspiram a ser melhor.

O titulo da publicação é bem sugestivo pelo fato de dizer que todos nós chegamos a um determinado momento de nossa trajetória que precisaremos de ajuda para nos resolvermos e assim seguirmos em frente.

A dependência que temos em relação ao outro em nossas vidas é algo que nos deixa aprisionados e o autor mostra o quanto isso é maléfico.

Os dois trechos abaixo do texto Desilusões falam sobre a melancolia, expõem a fragilidade de Alexandre e nos faz entender que em algum momento passaremos por isso e sentiremos de forma parecida e que só somos queridos se tivermos algo a oferecer. E usa uma frase da música Brasil composta por Cazuza e interpretada por Gal Costa para a trilha da novela Vale tudo.

 “Com certeza não vou mais falar de amor, de dor, de ilusão, de coração, de solidão, de mar, de luar, de madrugada, da chuva ou mesmo do sol”.
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“Se nascesse para a lua, não estaria trabalhando, porque não me elegeram chefe de porra nenhuma e meu cartão de crédito é uma navalha e isso não tem remédio nem nunca terá”.

No desenvolvimento da história pessoal do escritor podemos encontrar mais textos interessantes e um deles é faltando um pedaço que traz em seus trechos reflexões do que seria amor e do que ele nos leva a diferentes vivências como isso nos leva a superar as nossas dores, angústias, inseguranças, inquietudes em prol de uma evolução. Utilizando-se da metalinguagem combina trechos de músicas como: Eu não sei dançar de Marina Lima e outra da música composta por Cazuza e Frejat na época do Barão Vermelho chamada Malandragem além de outra de Cazuza Vida Louca e também um samba enredo da escola de samba do Rio de Janeiro Porto da Pedra, servindo de base para enfatizar suas ideias de uma forma harmoniosa e poética.

“Ás vezes eu quero chorar, mas o dia nasce e eu esqueço”.

Porque há mais na vida com o que se preocupar do que ficar procurando um abraço, um beijo verdadeiro, um carinho e uma atenção. A gente quer,deseja,olha para cima, pede, muitas vezes implora. “Mas,quando não é para ser,não é.”

“Enquanto isso a vida vai passando, mas a esperança nunca pode deixar de existir porque se ela não estiver presente no nosso coração, não teria sentido o sonho, a luta, a vontade, muito menos estar aqui vivo, tentando.”

“(...) porque de repente na esquina da sua rua, no trânsito, no supermercado, a vida pode nos surpreender e, aquele pedaço que está faltando, pode esbarrar com a gente quando menos esperamos. Quem sabe já não esbarrei com o meu e ainda nem sei.”

“Quem não sonhou, jamais amou. Não sabe o que é se libertar”.
“Só peço a Deus, um pouco de malandragem, porque deixei de ser criança e não quero acreditar nem saber se vou amar alguém para o resto da vida. Vida louca, vida, quer deixar você me levar”.

“Os inimigos vão vencer batalhas, mas não vão vencer a luta, afinal Alexandre, estamos aqui, não é mesmo.”

Existem escritos que merecem a nossa atenção. Mas, esses devem ser encarados como ensinamentos para aqueles que ousaram a viver alternativamente nadando contra a maré que a sociedade impôs. Pois, amar intensamente sem importar com as consequências, encarar o trabalho com meio de aprendizado e não como algo tedioso e torturante, aprender que a nossa recuperação só será feita se quisermos isso realmente e que recomeçar é sempre algo difícil a ser feito e deve acontecer sempre que percebermos que o nosso ser está em perdido diante das adversidades para assim ressurgir nascido em uma nova roupagem são atitudes interessantes a ser tidas se o caminho para a felicidade for a sua meta nessa jornada.

Revisada por Lena Brito 

                                    
                                                        Alexandre Calladinni

Link no qual poderá encontrar seu exemplar caso tenha interesse em comprá-lo:

Caso tenha interesse em conversar o escritor Alexandre Calladini sobre a obra, sua home page é:

E a fanpage do livro para quem se interessar em compartilhar a sua experiência de leitura com outros.

Espero que tenham gostado. Em breve novas resenhas! 




2 comentários:

  1. Para uns meu livro pode ser sem mote, para outros pode ser bem infantil ou adolescente, para outros tantos bem ruim, mas se eu pudesse tocar somente uma pessoa, para mim já teria valido a pena. Ao longo do caminho toquei algumas bem significativas. Obrigado Luiz Fernando Prado Uchoa pela resenha do livro. Você entendeu direitinho o que eu quis dizer.
    Excelente resenha do livro...e fico muito muito orgulhoso de em algum momento ou alguma passagem ter te ajudado de alguma forma. Beijos imensos. Alexandre Calladinni

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  2. Alexandre,eu que agradeço a oportunidade de ter lido os seus livros para assim resenhá-los para o blog. Parabéns pelo seu trabalho de excelente qualidade literária.

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