segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Resenha do livro Feito Homem

A obra da editora Planeta escrita pela jornalista Norah Vincent, que na versão brasileira chama-se feito homem (Self-Made Man), retrata a jornada de uma mulher que decidiu por 18 meses viver como homem.


 O que a fez vivenciar esse lado da vida foram as seguintes questões:

1  - Será que realmente os homens sempre viveram melhor que as mulheres?
2  Se viver plenamente o seu lado masculino poderia lhe trazer diferentes satisfações?

Para se caracterizar como Ned, seu alter-ego contou com a colaboração de um personal trainer, um artista de maquiagem e um especialista em impostação vocal.

Norah, na pele de Ned, fez parte de uma equipe de boliche, trabalhou no setor de vendas da Red Bull, encontrou-se com várias mulheres através de salas de bate-papo pela internet, foi à clubes de strip-tease, participou de um seminário para homens amedrontados com mulheres independentes e esteve em um retiro espiritual.

Apesar dessa vivência em uma vida masculina, o que se pode perceber é que a protagonista nunca se sentiu totalmente à vontade nesse papel porque apesar de gostar de certos comportamentos do universo masculino se via angustiada quando tinha de mentir às pessoas com quem fazia amizades sobre sua verdadeira identidade, ela também se percebia como mulher e lésbica e não como um homem trans.


Norah Vincent

São muitas questões interessantes levantadas pela escritora em seus relatos como, por exemplo:

Será que os homens são realmente felizes em suas vidas estando em uma sociedade machista que os privilegia de certo modo?
Será que as vidas duplas que muitos homens casados têm os satisfazem inteiramente ou as possuem para se posicionarem como machos socialmente?

Possuir uma essência masculina necessariamente faz com que alguém seja considerado um homem transexual?

O que é ser homem ou mulher nesse novo milênio?

A atração sexual pode ser só medida pela ideia tida do que seja masculino ou feminino?

Mesmo vivendo uma vida masculina em sua totalidade poderia uma mulher deixar de sentir e pensar como a sua identidade de gênero?

Por que, na opinião de alguns, os homens conseguem ser mais amigos e companheiros uns dos outros e enquanto as mulheres competem entre si?
Por que para alguns homens é difícil lidar com mulheres em todos os âmbitos que preferem a clausura?

Por que para alguns homens a independência feminina pode ser encarada como algo assustador que os leva a ir à reuniões como uma espécie de guru para lidar com suas inseguranças?

Esses porquês presentes no livro são pertinentes para se pensar em como as famílias devem pensar a educação das crianças e como a sociedade precisa remodelar a sua visão acerca do masculino e do feminino para assim não termos essa prisão com ares libertários que pressiona tanto homens quanto mulheres a serem aquilo que não desejam de uma aceitação social.

O trecho que ilustra a incompreensão predominante entre os gêneros dos períodos mais longínquos foi: “muitos homens honestamente não sabem o que as mulheres querem e as mulheres honestamente não sabem por que os homens acham o que elas querem tão difícil de compreender e satisfazer” (frase tirada do livro You Just Don´t Understand – Deborah Tannen).



Você poderá comprar seu exemplar caso tenha interesse nos seguintes links:


Para conversar com a escritora Norah Vincent sobre a obra, seu facebook é: https://www.facebook.com/norah.vincent.5?fref=ts



Espero que tenham gostado. Em breve novas resenhas! 




Um comentário:

  1. Proposta muito interessante do livro! Fiquei curioso para ler.
    Gostei muito das reflexões levantadas pela autora.
    Abraços
    Blog do Ben Oliveira

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