A obra da editora Planeta escrita
pela jornalista Norah Vincent, que na versão brasileira chama-se feito homem
(Self-Made Man), retrata a jornada de uma mulher que decidiu por 18 meses viver
como homem.
O que a fez vivenciar esse lado da
vida foram as seguintes questões:
1 - Será
que realmente os homens sempre viveram melhor que as mulheres?
2 - Se
viver plenamente o seu lado masculino poderia lhe trazer diferentes
satisfações?
Para se caracterizar como Ned, seu
alter-ego contou com a colaboração de um personal trainer, um artista de
maquiagem e um especialista em impostação vocal.
Norah, na pele de Ned, fez parte de
uma equipe de boliche, trabalhou no setor de vendas da Red Bull, encontrou-se
com várias mulheres através de salas de bate-papo pela internet, foi à clubes
de strip-tease, participou de um seminário para homens amedrontados com
mulheres independentes e esteve em um retiro espiritual.
Apesar dessa vivência em uma vida
masculina, o que se pode perceber é que a protagonista nunca se sentiu totalmente
à vontade nesse papel porque apesar de gostar de certos comportamentos do
universo masculino se via angustiada quando tinha de mentir às pessoas com quem
fazia amizades sobre sua verdadeira identidade, ela também se percebia como
mulher e lésbica e não como um homem trans.
São muitas questões interessantes
levantadas pela escritora em seus relatos como, por exemplo:
Será que os homens são realmente
felizes em suas vidas estando em uma sociedade machista que os privilegia de
certo modo?
Será que as vidas duplas que muitos
homens casados têm os satisfazem inteiramente ou as possuem para se
posicionarem como machos socialmente?
Possuir uma essência masculina
necessariamente faz com que alguém seja considerado um homem transexual?
O que é ser homem ou mulher nesse
novo milênio?
A atração sexual pode ser só medida
pela ideia tida do que seja masculino ou feminino?
Mesmo vivendo uma vida masculina em
sua totalidade poderia uma mulher deixar de sentir e pensar como a sua
identidade de gênero?
Por que, na opinião de alguns, os
homens conseguem ser mais amigos e companheiros uns dos outros e enquanto as
mulheres competem entre si?
Por que para alguns homens é difícil
lidar com mulheres em todos os âmbitos que preferem a clausura?
Por que para alguns homens a
independência feminina pode ser encarada como algo assustador que os leva a ir
à reuniões como uma espécie de guru para lidar com suas inseguranças?
Esses porquês presentes no livro são
pertinentes para se pensar em como as famílias devem pensar a educação das
crianças e como a sociedade precisa remodelar a sua visão acerca do masculino e
do feminino para assim não termos essa prisão com ares libertários que
pressiona tanto homens quanto mulheres a serem aquilo que não desejam de uma
aceitação social.
O trecho que ilustra a incompreensão
predominante entre os gêneros dos períodos mais longínquos foi: “muitos homens
honestamente não sabem o que as mulheres querem e as mulheres honestamente não
sabem por que os homens acham o que elas querem tão difícil de compreender e
satisfazer” (frase tirada do livro You Just Don´t Understand – Deborah Tannen).
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Proposta muito interessante do livro! Fiquei curioso para ler.
ResponderExcluirGostei muito das reflexões levantadas pela autora.
Abraços
Blog do Ben Oliveira