A obra da
editora PUBLIFOLHA escrita pela jornalista Flávia Péret, retrata a cronologia
da imprensa gay brasileira e suas muitas modificações em seu desenvolvimento e
dedica um capítulo especial para a imprensa lésbica.
Podemos
perceber que a autora ilustra fatos importantes no desenvolvimento da imprensa
brasileira como, por exemplo: A circulação dos jornais em território brasileiro ter
acontecido no século XIX.
As
publicações com temática gay só vieram a surgir em meados do século XX em 1960
com o periódico Snob que falava do cotidiano gay e era distribuído de forma
restrita.
No
governo Ernesto Geisel surgia Lampião da Esquina que fora idealizado pelos
jornalistas Aguinaldo Silva e João Silvério Trevisan;com um caráter mais politizado por denunciar de forma irônica o que acontecia no país e a relação da sociedade com os homossexuais, também dava espaço para o entretenimento.
Nos anos
1990, até o início do século XXI há o surgimento de um novo tipo de cultura homossexual
e com o advento da internet ficou inviável custear um jornal com essa temática. Surgiram
as revistas: Júnior, G Mazagine e Sui Generis e os portais: A capa e Super Pride.
Alguns desses meios passaram a explorar o universo
das festas, pornografia e comportamento e, a parte política passou a ser consequentemente
pouco abordada.
A
imprensa feminista surgiu em 1852 com o jornal das senhoras desenvolvido por
Joana Paulo Manso de Noronha e os temas tratados eram emancipação feminina e educação
da mulher.
Dez anos depois, Júlia Albuquerque Sandy Aguiar começou a editar no Rio de Janeiro, O Belo Sexo onde exaltava a figura feminina,os seus desejos e fantasias mesmo que estes não estivessem de acordo com as convenções sociais.
Com as mulheres
possuindo direito ao voto e entrando para o mercado de trabalho. Houve uma
mudança significativa no conteúdo das publicações para o público feminino e
passou-se a abordar questões como: machismo, questões de gênero e política.
No decorrer do tempo devido feministas e lésbicas participarem da luta contra o machismo e opressões. As publicações passaram a ter um viés mais marxista e lésbico.
Podemos
visualizar isso em Brasil Mulher (1975–1980), Nós, mulher (1976-1978) e Charme
com charme 1981.
A expressão Pink Money é pertinente quando se pensa
em um público homossexual (masculino e feminino) com um poder aquisitivo maior
em relação a muitos heterossexuais. E o fato que muitos optam por não ter
filhos e demorarem mais para se casar acabam tendo uma vida cultural e noturna
mais intensa, surgimento de um caráter festivo das paradas LGBT e da
pornografia virtual as revistas lésbicas e gays tiveram de se adequar as
mudanças de comportamento deste público já que mais aceitos socialmente do que em
séculos anteriores desejavam consumir algo mais lúdico.
Exemplo
de publicações contemporâneas: e Um outro olhar(1988–1995), Revista
femme(1993-1995),Sobre elas(2006), e Entre elas(2008).
Apesar dessa liberação existente na mídia muitas
revistas e jornais homossexuais passaram a não ser mais publicados por
preconceitos de anunciantes em veicular suas marcas com o público LGBT,
antigamente conhecido com GLS, e também pelo advento da internet que motivou as
pessoas a migrarem para um novo meio de comunicação onde podiam acessar todas
as informações em tempo real e também selecionar o que mais lhe interessa.
Pontos que merecem destaque na publicação é a parte
final em que são feitas entrevistas como os jornalistas Aguinaldo Silva e João
Silvério Trevisan em que ambos falam da experiência de se desenvolver o Lampião
da Esquina e de suas visões acerca do inicio da imprensa gay no Brasil, é
quando percebemos as distinções no discurso de Silvério e Aguinaldo acerca do
papel do jornal que ambos idealizaram e do procedimento tido como ideal de militância
pela causa homossexual.
E também
a cronologia feita das principais publicações e uma análise contundente de cada
uma. A questão que a autora separou bem o que seria imprensa gay e lésbico/feminista.
Explorou de que maneira o advento de novas tecnologias digitais fortaleceram o
surgimento de novas fontes de comunicação com esse público e que revistas até
existem só que uma tiragem menor do que no passado e jornais com ela são
inexistentes nos dias atuais por seus altos custos e por ser um mercado altamente
segmentado.
Trechos
interessantes encontrados no livro que auxiliam na compreensão do
desenvolvimento da imprensa homossexual no Brasil são os seguintes:
“Nossa intenção era nos inserir no bojo de
lutas mais amplas” - João Silvério Trevisan.
Essa
“militância” está focada em três pontos: o que os gays consomem como se
comportam e quem são seus ícones. Pedro Sampaio - Publicitário cita a expressão
“militância de mercado” e a partir dela desenvolve a frase acima.
Você
poderá comprar seu exemplar caso tenha interesse nos seguintes links:
http://livraria.folha.com.br/livros/jornalismo-e-midia/imprensa-gay-brasil-flavia-peret-1175215.html
Flávia Perét
Caso
tenha interesse em conversar com a escritora Flávia Péret , seu e-mail é: flaviaperet@hotmail.com
Espero que tenham gostado. Em breve novas resenhas!
Espero que tenham gostado. Em breve novas resenhas!
Este livro parece ser muito bacana! Quando participei de uma oficina sobre imprensa gay, aprendi alguns desses assuntos abordados.
ResponderExcluirParabéns pelo blog! Continue na luta :D
Abraços
http://www.benoliveira.com/
Agradeço demais os seus sábios conselhos em relação a elaboração de resenhas.
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